Sines, Agosto de 2007
domingo, 30 de agosto de 2009
sexta-feira, 28 de agosto de 2009
“Roendo uma laranja na falésia…”
“Olhando o mundo azul à minha frente.
Ouvindo um rouxinol nas redondezas
Um calmo improviso do poente.
Em baixo fogos trémulos nas tendas.
Ao largo as águas brilham como prata.
E a brisa vai contando velhas lendas
De portos e baias de piratas
Havia um pessegueiro na Ilha
Plantado por um Vizir de Odemira.
Que dizem que por amor se matou novo,
Aqui no lugar de Porto Côvo.
A lua já desceu sobre esta paz,
E brilha sobre todo este luzeiro.
Á volta toda a vida se compraz,
Enquanto um sargo assa no brazeiro.
Ao longe a cidadela de um navio,
Acende.se no mar como um desejo.
Por trás de mim o bafo do destino,
Devolve-me à lembrança do Alentejo.
Havia um pessegueiro na Ilha
Plantado por um Vizir de Odemira.
Que dizem que por amor se matou novo,
Aqui no lugar de Porto Côvo.
Roendo uma laranja na falésia
Olhando à minha frente o azul escuro.
Podia ser um peixe na maré,
Nadando sem passado nem futuro
Havia um pessegueiro na Ilha
Plantado por um Vizir de Odemira.
Que dizem que por amor se matou novo,
Aqui no lugar de Porto Côvo.”
Ilha do Pessegueiro, Agosto 2007