sexta-feira, 28 de agosto de 2009

“Roendo uma laranja na falésia…”

“Olhando o mundo azul à minha frente.

Ouvindo um rouxinol nas redondezas

Um calmo improviso do poente.

Em baixo fogos trémulos nas tendas.

Ao largo as águas brilham como prata.

E a brisa vai contando velhas lendas

De portos e baias de piratas

DSC00245 - Cópia

Havia um pessegueiro na Ilha

Plantado por um Vizir de Odemira.

Que dizem que por amor se matou novo,

Aqui no lugar de Porto Côvo.

A lua já desceu sobre esta paz,

E brilha sobre todo este luzeiro.

Á volta toda a vida se compraz,

Enquanto um sargo assa no brazeiro.

Ao longe a cidadela de um navio,

Acende.se no mar como um desejo.

Por trás de mim o bafo do destino,

Devolve-me à lembrança do Alentejo.

Havia um pessegueiro na Ilha

Plantado por um Vizir de Odemira.

Que dizem que por amor se matou novo,

Aqui no lugar de Porto Côvo.

Roendo uma laranja na falésia

Olhando à minha frente o azul escuro.

Podia ser um peixe na maré,

Nadando sem passado nem futuro

Havia um pessegueiro na Ilha

Plantado por um Vizir de Odemira.

Que dizem que por amor se matou novo,

Aqui no lugar de Porto Côvo.”

 

Ilha do Pessegueiro, Agosto 2007

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